
Saturday, January 08, 2011
Have you got a tissue?

Monday, January 03, 2011
Feliz ano, velho.
Então eu fiz 19 anos e percebi que não faz diferença nenhuma ter 19 anos ou 16. Não apareceu magicamente um carro na minha frente, nem um apartamento mobiliado no qual eu pudesse dar festas selvagens para os meus amigos. Não apareceu uma carteira de motorista na minha carteira nem um emprego maneiríssimo, nem uma vaga na universidade que eu queria. No meu aniversário de 19 anos eu tive o maravilhoso insight de que as coisas que aconteciam na minha vida dependiam de mim, do que eu fizesse. Que um numerozinho não ia fazer diferença. Aos 18 eu podia legalmente beber e comprar cigarros, mas com a minha altura eu já vinha fazendo isso há três anos, então não fez diferença no meu dia-a-dia. E aos 19, que veio rapidamente após os 18, percebi que eu teria que fazer alguma coisa para conseguir o que quer que eu quisesse.
Aí de repente eu fiz 27 anos. 10 kilos a mais, bastante menos cigarro e com um pai a menos, eu vejo que o meu insight continua sendo genial, mas agora sinto uma pressa maior, já que parece que passou apenas uns meses, e não 8 anos. 8 fucking anos. Agora eu sei que a vida acaba mesmo, coisa que eu só consegui entender após perder meu paidrasto.
Então foda-se trabalhar de babá para pessoas imbecis só pelo dinheiro. Foda-se deixar de assistir televisão por sentir culpa de não estar lendo. Foda-se deixar de ler livros mainstream por sentir culpa de não estar estudando. Foda-se deixar de ler livros repetidos por sentir culpa de qualquer outra coisa. Faça o que quiser, na hora que quiser. Engraçado sentir isso e ao mesmo tempo vir um certo equilíbrio de vontades. De repente não sinto tanta vontade de assistir TV, estou lendo os livros que eu quero e os cigarros não estão mais tão saborosos. O álcool continua adorável, mas getting wasted não é mais tão frequente, mas naturalmente, sem sofrimento ou culpa. E ver velhinhos ativos viajando por aí me dá muita vontade de fazer yoga e abdominais e o que quer que seja necessário para, quando minha velhice chegar, eu poder continuar andando por aí o tanto que tiver vontade. Liberdade é escravidão. E a velhice está chegando rapidamente, sem ter a menor dó e sem se importar com o fato de eu ainda me sentir com 19 anos.
Estou tentando também pedir menos desculpas por coisas idiotas. Por exemplo, eu quase pedi desculpa nesse parágrafo por estar escrevendo tanta baboseira de auto-ajuda. Mas desculpa por que, se o blog é meu? E tentando pedir mais desculpas por coisas que eu faço ou falo para as pessoas que eu amo e que elas não gostam de ouvir, pois aí sim, a vida é delas e eu não tenho nada que ficar trazendo chatices que elas não pediram.
Outra coisa que tento fazer, que acho que já falei aqui, é sempre falar para as pessoas as coisas legais que acho delas, e sinto por elas. E telefonar na hora que me der saudade, não deixar para depois, se possível. Falar quão bonita a Vê está com a saia preta que eu roubaria, se coubesse em mim. Ou quão bacana o blog da Clarissa está, ou quão gato o meu macaco é, por mais repetitivo que soe. Também estou comprando e mandando os presentes que me dão vontade, sempre que eu posso. Antes eu tinha vergonha de dar presentes para as pessoas. Parando para pensar agora, que loucura a minha, não? Todo mundo adora presentes!
Quando mandei uma caixinha para Nova Iorque para a minha caríssima amiga Ju, fiquei com um pouco de receio, achei que ela talvez fosse achar estranho, ou pensar que eu queria alguma coisa dela. Mas para a minha surpresa, ela ficou mega feliz. Fiquei de cara. E talvez mais feliz que ela, de saber quão feliz ela ficou com uma besteirinha.
Blá blá blás à parte, acho que 2011 será um bom ano.
PS: Não sei como colocar isso no contexto, mas queria comentar a felicidade de ter tantos bebês fofos que terei que visitar assim que possível, e enquanto não dá, vou mandando caixinhas londrinas da tia Amanda. Maria Clara, minha afilhada, filha do meu irmão Marcelo. Davi, filho do meu priminho querido e da esposa mais fofa que eu já vi. Benício, lindissímo da Ju e do seu maridão que consegue ser cativante até pela internet e Luisinho, filho dos pais mais cool que eu conheço...
PS2: Eu sempre imagino estar escrevendo uma carta quando escrevo aqui. Por isso coloco 'PSs' :P