Tuesday, April 07, 2015

Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar

Rapaz, a vida mudou bastante desde o último post. Casei, perdi meu pai, me separei, pedi demissão do empregão para voltar a ser freelancer. Fiquei solteira pela primeira vez em dez anos. Bebi demais muitas vezes, conheci muita gente nova. Muita gente legal. Muita gente não tão legal...

Às vezes é difícil manter o positivismo, mas eu ainda continuo tendo fé na humanidade. Lema atual (que resolvi tatuar no meu braço, tanta é a vontade de segui-lo), é "Confia e Vive". Aprendi com uma das pessoas mais legais que conheci no meio dessas mil mudanças caóticas da minha vida. Confesso que é mais fácil tatuar do que realmente viver isso. Confio, sim. Às vezes, até demais. Me arrependo de ter confiado, mas aí penso que é melhor continuar confiando mesmo, pois melhor ser confiante que desconfiado, não é?
Ah, a vida é uma caixinha de surpresas.

Terminei 2014 virando de cabeça pra baixo mais uma vez. Ia voltar pra Shell, já tinha combinado salário e tudo. Aí pensei: "Antes de voltar pra emprego fixo, melhor tirar umas férias no Brasil e ver a família e pá." Aí cheguei aqui pra ficar duas semanas e fiquei quatro. Ia saindo das quatro pra Londres e acabei ficando mais duas. Aí voltei pra Londres decidida a voltar pro Brasil... Fui, baguncei tudo, dei um monte de coisa, fiz duas malas gigantescas e voltei pra cá. Passei duas semanas aqui e voltei pra Londres com malas vazias pra pegar o resto das coisas. Chego lá, mil reviravoltas (a vida parece uma novela ruim, às vezes) e basicamente no último minuto do segundo tempo, consegui alugar meu apartamento e vir pro Brasil com tudo que consegui socar em duas malas e sem saber onde iria morar, nem quais seriam os próximos passos. E assim continuo agora. Nunca estive tão livre (e perdida, acho) em tantos sentidos.

Acordo, como, bebo, durmo, vou nadar no clube com meu irmão, vou tomar um café com um amigo, vou pro bar, uma festinha qualquer, bebo todas, durmo no sofá de alguém. Vivendo a solteirisse que a maioria das pessoas vive aos 20, só que aos 30 e com um pouco mais de dinheiro.
Estou morando com minha família escolhida, os pais da minha melhor-amiga-irmã. Fazia tempo que eu não era tão mimada. Coisa boa é ter amigos.
E vou levando. Convite pra ir passar um fim de semana em Manaus? Por que não? Dois meses em Porto Alegre? Vamo lá! (Não fui ainda, mas é um dos planos). E assim vou. Deixando a vida me levar.

Trabalho? Sim, faço traduções aqui e ali. Tão legal não ter horário! Agora mesmo eu deveria estar traduzindo um vídeo que tenho que entregar amanhã, mas a noite é uma criança e faço as coisas na ordem que eu quiser.
Parece super legal. E é, muitas vezes. Mas é estranho e um pouco assustador não ter a menor ideia do próximo lugar que o barco vai parar. De qual será o próximo passageiro nem nada de nada. E assim sigo navegando.



 (Aceitamos convites para viagens pelo Brasil.)

1 comment:

Anonymous said...

Sempre confiei em uma coisa: em algum lugar existirá o sorriso da Amanda. Você é foda!